Organização e o Endless Mountains
Traduzindo um comentário do blog do Endless Mountains
Muitos dos ciclistas observaram quanto às marcações ao longo do curso dizendo que isto fez com que ficasse mais fácil navegar. Bill Olsen sugeriu que o GPS fosse proibido em favor do sistema de pintura branca sobre a pista (WPPS). Nós estaremos submetendo a sugestão a RUSA logo.
Gosto de observar estes detalhes da organização:
Em 2007 conversei com a Kayo Oliveira que me contou sobre o Boston Montreal Boston, onde o organizador usava este tipo de marcação na pista. Disse que era muito fácil se orientar durante o brevet.
Durante o brevet de 300 km, resolvi fazer um teste:-) fiz uma chapa com seta e o nome AUDAX e pintei as setas em 3 pontos deste brevet. Durante a reunião técnica do brevet avisei que os ciclistas poderiam encontrar algumas setas pintadas no chão. Fiquei no local que era durante o percurso noturno, observando os ciclistas.
Descobri algumas coisas interessantes o que confirmei durante outros brevets:
- os ciclistas olham pouco para o chão, talvez olhem apenas a procura de algum buraco. Ninguém viu a pintura que fiz mesmo sendo bem maior do que a da foto acima;
- os ciclistas não estão acostumados a olhar para placas. Acho que isto é muito cultural, talvez não sejamos acostumados a encontrar placas, muitas vezes elas estão erradas e nem sempre temos o costume de respeitá-las;
- em alguns locais, eu diria a maior parte das estradas do RS, o asfalto é de qualidade tão ruim que a pintura não fica visível. O asfalto esfarelado absorve a tinta. E também pode acontecer que com a primeira chuva, ou vento a pintura vai embora.
- o transito de veículos e a pista suja acaba com a pintura rapidamente.
- para pintar o asfalto é bom tomar cuidado com as concessionárias de pedágio que não irão gostar. Mesmo que você tenha autorização da policia pode estar afetando o domínio comercial do asfalto na via publica;
- para pintar o asfalto deve-se tomar cuidado para não ser atropelado!
Durante o brevet de 400 km deste ano pintei o asfalto no local do PC próximo a serra do Abranjo. O asfalto novo e o transito mais tranqüilo permitiram que a pintura durasse bastante tempo e fosse mais visível.
As duas experiências foram válidas.
Independente das durabilidade e visibilidade, o fato de pintar as setas na estrada, é no mínimo um grande trabalho da organização, no esforço de facilitar a vida para os ciclistas. Esforço este nem sempre reconhecido, mas isto já é outro assunto.
“Nós estaremos submetendo a sugestão a RUSA logo.”
Já que estou comentando sobre organização e comparando detalhes, na frase acima existe uma grande diferença entre a organização de lá e a daqui. Lá existe a RUSA, que é uma organização e demonstra ter alguma autoridade e alguma hierarquia que representa ser respeitada. Aqui, bom isto é algo mais complicado de analisar, melhor deixar para mais tarde.
O certo é que podemos aprender com as experiências dos outros.
Ass: Faccin
5 comentários:
Faccin, acho difícil se me orientar por pinturas no asfalto depois de 100km pedalados. Pontos de referência são mais efetivos. Eu e o Berreta fizemos o Audax do Carvão e ficamos "perdidos", pois a carta de rota deixou muito a desejar. Pintura no asfalto só em locais bem sinalizados e com bom "ponto de referência". A pintura na lomba do abranjo ficou fácil de ver devido a baixa velocidade que chegavamos no PC3 (20km/h no máximo).
Gosta das referências e da quilometragem na carta de rota como o Udo faz.
Abraços,
Rafael
a grande questão é que o GSP "facilita" a vida da modalidade onde todo o charme da prova seria o auto suficiente e poder de se localizar por contra própria. Existem alguns que defendem a retirada dos GPS e uso apenas da localização nata com ajuda de sinalizações como essas dai! Eu apoio. tive dificuldades no Last Chance. Estava num momento critico onde se nao fosse o Vincent, que tinha um GPS, tínhamos nos perdido certamente. As cartas de rotas não são nem perto das do UDO. São muito técnicas e tem que ficar olhando muito pra elas em determinado momento da prova. por isso alguns ciclistas usam um porta carta de rota bem em frente ao guidao por esse motivo.
É importante termos estas informações mais no futuro se quisermos ter outros brevets de 1000 km, ou mais.
Abraços
No Brasil é crime (ou delito, sei lá) alterar a sinalização das estradas. Nem usar a base das placas pode, está previsto no CTB.
Com relação a pintura no asfalto, não sei se não estaria enquadrado no mesmo artigo. É uma coisa para se analisar.
Anos atrás quando estava trabalhando para um rally, alguns funcionários da CONVIAS quiseram me levar para a delegacia prestar esclarecimentos sobre o BARRO (isso mesmo) que os carros estavam deixando em cima da pista (num dia de chuva)... imagina se fosse pintura.
Abraços
Excelente tema... vamos ver se consigo passar a experiência do "behind the scene".
No EM, as setas brancas foram uma forma adicional de orientação, as setas não eram pintadas somente na curva (ou outra orientação) em geral tinha uma a uns 300 metros antes, uma na curva e outra após a curva. Acho que é comum por lá esta orientação, pois tinha também um CC amarelo (pintura de outra prova). Porque? Porque o EM é um verdadeiro labirinto de estradas vicinais e muito lindo, dá vontade de desistir do Randonnée e ser "perder" por aquelas bandas por uns dias.
As cartas de rota, não são técnicas, são simples, mas tinha ao todo 18 páginas de um PDF, e sabe como é... Quem quer ler manual de instrução de alguma coisa? Tive que aprender no segundo dia...
Infelizmente eu troquei a do primeiro dia pelo terceiro, o que me custou 25 milhas extras no primeiro dia.
Eu relação ao GPS também sou favorável ao uso - é só uma evolução como outra qualquer (roupas, bike, alimentação) que só aumenta o prazer de pedalar, se começa proibir, daqui a pouco voltamos a pinha fixa, bússola, suspensório e por ai vai...
Quando tivermos a oportunidade de nos encontrarmos, falo mais sobre o assunto... é legal.
Abraços.
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