domingo, 9 de agosto de 2009

Relato do Rolf

Prezad@ amig@/colega audaxioso!

Embora não tenha assumido o compromisso de escrever um relato, quero registrar alguns momentos que me marcaram nesta última e única prova.

Foi com muita alegria que cheguei ao PC-7 às 7:30 da manhã de sábado e lá já estava o Guilherme e a Lisiane arrumando o caminhão para receber os ciclistas. Na minha história de Audax não tinha visto
infra-estrutura semelhante e achei o máximo: um caminhão completo, com fogão, mesas, cadeiras, camas, até o compartimento para "visitas íntimas"...

A alegria sofreu um abalo ao tirar a sopa do carro. Estava começando a azedar. Tinha preparado a primeira etapa quinta-feira à noite, a segunda etapa foi sexta-feira durante o dia e, na véspera,
estava impecável e muito boa. O que eu não tinha previsto é que ela levaria muito tempo para esfriar (era um panelão com 30l de sopa), dando oportunidade para o processo de fermentação. Deveria ter
separado em potes menores e guardado durante na geladeira. Mas, é assim que se aprende.

No melhor espírito Audax, não fiquei abalado. As dificuldades surgem para nos ensinar, e seus ensinamentos são sempre muito úteis, desde que os entendamos. Bem, Lisiane e eu nos tocamos para o
supermercado de General Câmara, enquanto Guilherme arrumava um consumidor para a sopa azedada e limpava a panela. E, após algum tempo, nossa equipe já preparou uma segunda versão da sopa que foi
muito apreciada pelos atletas.

Começaram a chegar os atletas (se o Pexe não tivesse esta pressa toda teria ganhado um prato de sopa também, mas ainda não estava pronta quando passou), fomos servindo a sopa, junto com um pão
caseiro e, feito na hora, um pão de queijo.

Foi muito bom rever cada um. Estávamos informados das desistências, com muito pesar. Guilherme e eu queríamos estar juntos, conhecíamos cada metro do trech percorrido, havíamos apanhado já no Audax
400 e no 600, tínhamos uma idéia do que estava acontecendo. Assim, a chegada de cada atleta era motivo de alegria e de satisfação! E também a alegria de cada participante ao nos rever. Lembro muito
bem da prova de 600 quando, no mesmo ponto, encontrei os colegas Rubens e Graxa, juntamente com uma excelente sopa para alegrar o corpo e, por conseqüência, o espírito...

Existiram as dúvidas. Muitas dúvidas. Se chegariam no PC-7. Se teriam força e coragem de tocar adiante. Miguel e Kieling apareceram, nos informando de como estava o andamento dos participantes. E aí
começou a chover. E parou. E voltou. E veio para ficar. Mas os participantes todos decidiram voltar.

Fiz o acompanhamento dos atletas até o pesque-pague. Ultrapassava o Isac e o Mogens, depois parava para esperá-los passar. Fiquei impressionado com o que andam estas bicicletas, mesmo sob forte
chuva. Se esperava lá uns 5 minutos, já demorava para alcançá-los. Ver, em meio à chuva, as luzes branquinhas surgindo e as bicicletas passando é inesquecível.

No pesque-pague o Miguel me liberou para tocar até Santa Cruz para fazer a cobertura fotográfica de pelo menos parte da turma. Foi um privilégio. Ir ultrapassando os ciclistas, contando e
verificando que todos estavam tocando, foi muito jóia. Poder estar na chegada, registrando os momentos de emoção e de alívio, foi muito gratificante. Ainda mais porque pude ver que todos que
iniciaram esta perna também chegaram.

No dia seguinte, na formatura, foi outro momento especial, principalmente pela presença dos familiares. Tirei muitas fotos. Ao chegar em casa fiz a seleção das fotos, criei as legendas e mandei para
o Picasa. A Eloá, minha parceira, é jornalista e, com o seu apurado senso de humor, fez um belíssimo trabalho de revisão. Espero que gostes do resultado.

No mais acho que todos nós escrevemos um importante capítulo na história do ciclismo neste nosso querido país!

Um abraço,

Rolf
(super randonneur, fabricante de barrinhas de cereal, cozinheiro e fotógrafo)

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