Pensei em
escolher o melhor relato de todos os escrito de um brevet Audax ou Randonneur
Mundial.
Lendo alguns
dos relatos publicados encontrei um que considerei o mais impressionante e um
bom registro do que pode acontecer em um brevet. Melhor dizer, o que acontece
nos brevets e que muitos ciclistas não sabem e nem percebem o risco que estão
correndo.
Então indico
a leitura dos três relatos abaixo e que são do mesmo BRM realizado em 2008:
O Último Audax de Rosane
No último dia 30 de novembro foi realizado o Audax Randonnée
200 km de Santa cruz do Sul, brevet que eu também pedalei. Fiquei sabendo de
alguns acontecimentos que relato a partir de agora.
Foi um brevet com muito calor e depois vento e chuva forte. Últimos 50 km em asfalto com acostamento áspero e desnível grande em relação a pista. Resultado foi que vários ciclistas caíram, graças ao São Cristóvão, sem nenhum acidente grave.
A Rosane Gomes é candelariense e foi a primeira brasileira a completar um brevet de 600 km. Utiliza uma bike aro 700 com pneus 700x 35, pedala com cuidado e nunca havia sofrido tombos durante um brevet Randonneur. É a pessoa mais motivada e alegre que eu conheço e é responsável por termos vários outros ciclistas pedalando os brevets.
A Rosane estava logo depois de Rio Pardo, depois da chuva forte, pedalando no acostamento, bem próximo a pista, utilizando uma faixa mais lisa de asfalto. Quatro carros passaram, logo depois ela perdeu o equilíbrio e caiu para o lado da pista. Deitada com metade do corpo sobre a pista percebeu um carro passar e conseguiu visualizar toda a parte de baixo deste veículo. O Junior, seu filho, que vinha logo atrás, e também estava pedalando no evento, ficou apavorado quando viu um carro passando ao lado da cabeça da mãe. Depois de levantar a Rosane viu a marca do pneu do carro que raspou no seu capacete.
Novamente pedalando foi tomando consciência do que poderia ter acontecido e tomou a decisão de nunca mais pedalar os eventos Audax/Randonnée.
Estes acontecimentos ela me narrou no dia seguinte e me avisou da decisão.
Vai continuar pedalando, mas principalmente nas estradas no interior de Candelária. Vai sentir falta dos amigos que fez nas provas.
Foi um brevet com muito calor e depois vento e chuva forte. Últimos 50 km em asfalto com acostamento áspero e desnível grande em relação a pista. Resultado foi que vários ciclistas caíram, graças ao São Cristóvão, sem nenhum acidente grave.
A Rosane Gomes é candelariense e foi a primeira brasileira a completar um brevet de 600 km. Utiliza uma bike aro 700 com pneus 700x 35, pedala com cuidado e nunca havia sofrido tombos durante um brevet Randonneur. É a pessoa mais motivada e alegre que eu conheço e é responsável por termos vários outros ciclistas pedalando os brevets.
A Rosane estava logo depois de Rio Pardo, depois da chuva forte, pedalando no acostamento, bem próximo a pista, utilizando uma faixa mais lisa de asfalto. Quatro carros passaram, logo depois ela perdeu o equilíbrio e caiu para o lado da pista. Deitada com metade do corpo sobre a pista percebeu um carro passar e conseguiu visualizar toda a parte de baixo deste veículo. O Junior, seu filho, que vinha logo atrás, e também estava pedalando no evento, ficou apavorado quando viu um carro passando ao lado da cabeça da mãe. Depois de levantar a Rosane viu a marca do pneu do carro que raspou no seu capacete.
Novamente pedalando foi tomando consciência do que poderia ter acontecido e tomou a decisão de nunca mais pedalar os eventos Audax/Randonnée.
Estes acontecimentos ela me narrou no dia seguinte e me avisou da decisão.
Vai continuar pedalando, mas principalmente nas estradas no interior de Candelária. Vai sentir falta dos amigos que fez nas provas.
Veja algumas fotos do capacete:
http://picasaweb.google.com.br/luizmfaccin/CapaceteDaRosane#
Rosane!
Você sempre será a primeira brasileira que, apesar de todas as dificuldades, completou um brevet de 600 km. Você já tem o nome registrado na história e apenas vai mudar o lugar onde pedala. Quando conseguir vou pedalar contigo ai em Candelária, mas acho que vou de carro, ou pedalando por estradas de terra, para poder chegar vivo.
Lembranças:
Em 2005 o ciclista Alexandre Luz morreu ao ser atropelado durante o Audax/randonnée 400 km de Campinas, SP.
O kayo Oliveira me relatou sobre um amigo, vencedor e participante de vários eventos ciclísticos de longa distancia. Este ciclista pedalou o Paris Brest Paris 2007 e decidiu não pedalar mais eventos longos. Disse que "todo o ciclista que pedala estes eventos longos e muito longos, um dia sofre um acidente grave" e que ele iria parar antes de isto acontecer.
Outros comentários:
Muito participante dos brevets Audax utiliza uma bicicleta com equipamento ótimo, moderno e leve, mas nem sempre o mais adequado para a situação em que está pedalando.
Muito participante dos brevets Randonneur, principalmente nos de menor distancia, não tem experiência em pedalar em locais estranhos, de noite, na chuva e com tantos fatores adversos.
Mesmo o participante mais experiente, utilizando o equipamento mais adequado e seguro, pedalando na estrada que conhece bem, com todo o cuidado possível, está sujeito a quedas e acidentes com perigo. Escrevo esta frase lembrando de quedas que sofri, apesar de todos os cuidados que tive.
Publicado Originalmente em:
Mais
um Tombo no brevet 200km
Ainda sobre o brevet de 200 km do dia 30 de novembro.
Estava no Hotel Feldmann, quando da chegada do um ciclista, que relatou ter presenciado a cena mais engraçada que já havia visto durante uma pedalada.
Estava no Hotel Feldmann, quando da chegada do um ciclista, que relatou ter presenciado a cena mais engraçada que já havia visto durante uma pedalada.
Versão 1:
Disse o ciclista.
Estava pedalando durante a chuva forte, quando a bike derrapou e eu cai. No sentido contrário vinha um carro que freou e foi indo, indo, indo e desceu o barranco da estrada.
Versão 2:
Ainda no Hotel Feldmann fiquei sabendo a notícia que um amigo, também ciclista, havia capotado com o seu carro.
No dia seguinte este ciclista/ motorista me ligou e perguntei sobre o ocorrido e ele me relatou o seguinte:
Estava indo para Pântano Grande, durante a chuva forte, para acompanhar os meus amigos que estavam pedalando o brevet de 200 km. NO sentido contrário vinha um ciclista ( a descrição foi a mesmo da ciclista que contou a versão 1) que pedalava em cima da pista e caiu sobre o asfalto. O carro que vinha atrás desviou e passou muito perto deste ciclista caído, mas invadiu a contra mão, ou seja a pista onde eu estava. No susto eu freei o carro e desviei. O carro deslizou, deslizou e capotou ao sair do acostamento. Por sorte eu não me machuquei, mas fiquei com medo e senti o perigo. "Não sei se vou pedalar Audax no asfalto novamente, é muito perigoso".
O Objetivo destes relatos não é encontrar culpados, mas mostrar algumas coisas que acontecem durante os brevets e que independem da organização.
Quando o organizador está dando as orientações durante o briefing, muitos estão desatentos, ou mais preocupados com a janta que vem logo em seguida.
Muitos nem participam deste momento importante da prova.
Versão 3:
O ciclista,
que não devia estar pedalando em cima da pista durante a chuva forte,
quase é atropelado por veículo,
que não devia estar andando tão rápido durante a chuva forte.
Ambos causam um acidente com terceiro.
Na realidade o que mais me impressiona é que, provavelmente o ciclista cansado, caiu e não percebeu que quase foi atropelado.
Desta forma não tomou conhecimento do perigo que correu e achou a situação engraçada.
Outros:
Casal estava andando de carro durante a chuva forte quando presenciou ciclista andando em cima da pista que quase foi atropelado por carro que vinha no sentido contrário.
O colete refletivo deve ser utilizado quando
- começa a chover;
- estiver escurecendo;
- tiver neblina;
- tiver fumaça;
- ou qualquer fato que atrapalhe a visão dos motoristas.
No randonneur, que aqui chamamos de Audax, permite o andamento livre a cada ciclista pedala no seu ritmo. Um ciclista pode estar andando sozinho a quilômetros do ciclista mais próximo.
No Audax, que ainda não foi realizado no Brasil ( escrito antes de 2009), os ciclistas pedalam em grupo a uma média horária imposta. Desta forma pode ser utilizado carros, ou motos, como veículos batedores, o que aumenta em muito a segurança nos brevets.
Devido a estes fatos, estou acreditando ainda mais na vantagem do item segurança, nas provas pedaladas em grupo.
Publicado originalmente em:
Despedida da Rosane
Luiz e
amigos ciclistas!
É com muita tristeza que encerro minhas provas no Audax.
Depois do susto do ¨meio atropelamento ¨ tive conciência dos riscos que corremos.
Depois de passar todo aquele calor, temporal com direito a muitos ventos, quase morri.
Claro que todos sabem que estou com uma doença letal, e que pelos meus médicos tinha no máximo uns 17 messes de vida, mas resolvi lutar e já vou para meu quarto ano.
Tudo isto graças ao meus filhos pois comecei as pedaladas com muito incentivo deles, aos amigos Luiz Faccin e Giovane, que sempre me apoiaram pois foram os primeiros que me darem muitas dicas dos Audax, a Gabriela, Alessandro, Joel,Baltazar Lidiane, Corrente, Udo,......e muitos outros.
Foram mais de 12 provas entre elas os 600km.
Não está sendo fácil abrir mão do Audax, foram pedaladas que me marcaram.
Muitos amigos, tantos que não lembro seus nomes, mas reconheço muito bem cada um deles seja em qualquer lugar ( apesar do problema neurológico ). Passei muito frio, calor, medo das pedaladas durante as noites em que ficava muito tempo sozinha pois meu rítmo é lento e mal consigo acompanhar meu filho Júnior, que muitas vezes ficava para trás trocando pneus e me mandave seguir para não nos atrassarmos.
Tenho muita coisa para contar que acho até que vou iniciar um relatório para quando eu me for poderam ler com mais tempo.
Meu muito obrigada a todos que sempre ajudaram nas provas, ao meu marido Luiz, que me deu apoio em todas elas, ao meu filho Márcio pela paciência.
Gostaria de ter cara de pau para quebrar minha promessa de não voltar aos Audax, e também coragem. Mas prefiro morrer ¨naturalmenta¨como dissem meus médicos.
Desejo para todos ótimas pedaladas e não desistam jamais, ( Tomem muito cuidado e que Deus os abençôe).
Mil bjs.
Se precisarem de mim estarem em Candelária de braços abertos.OBRIGADA!!!!!!!!!!!!!
É com muita tristeza que encerro minhas provas no Audax.
Depois do susto do ¨meio atropelamento ¨ tive conciência dos riscos que corremos.
Depois de passar todo aquele calor, temporal com direito a muitos ventos, quase morri.
Claro que todos sabem que estou com uma doença letal, e que pelos meus médicos tinha no máximo uns 17 messes de vida, mas resolvi lutar e já vou para meu quarto ano.
Tudo isto graças ao meus filhos pois comecei as pedaladas com muito incentivo deles, aos amigos Luiz Faccin e Giovane, que sempre me apoiaram pois foram os primeiros que me darem muitas dicas dos Audax, a Gabriela, Alessandro, Joel,Baltazar Lidiane, Corrente, Udo,......e muitos outros.
Foram mais de 12 provas entre elas os 600km.
Não está sendo fácil abrir mão do Audax, foram pedaladas que me marcaram.
Muitos amigos, tantos que não lembro seus nomes, mas reconheço muito bem cada um deles seja em qualquer lugar ( apesar do problema neurológico ). Passei muito frio, calor, medo das pedaladas durante as noites em que ficava muito tempo sozinha pois meu rítmo é lento e mal consigo acompanhar meu filho Júnior, que muitas vezes ficava para trás trocando pneus e me mandave seguir para não nos atrassarmos.
Tenho muita coisa para contar que acho até que vou iniciar um relatório para quando eu me for poderam ler com mais tempo.
Meu muito obrigada a todos que sempre ajudaram nas provas, ao meu marido Luiz, que me deu apoio em todas elas, ao meu filho Márcio pela paciência.
Gostaria de ter cara de pau para quebrar minha promessa de não voltar aos Audax, e também coragem. Mas prefiro morrer ¨naturalmenta¨como dissem meus médicos.
Desejo para todos ótimas pedaladas e não desistam jamais, ( Tomem muito cuidado e que Deus os abençôe).
Mil bjs.
Se precisarem de mim estarem em Candelária de braços abertos.OBRIGADA!!!!!!!!!!!!!
Publicado
originalmente em:
Em breve vou escolher o relato mais engraçado.
Acho importante ler e reler estes relatos.
Alguns ciclistas me perguntaram por onde anda a Rosane.
Segue abaixo a foto da nossa amiga no Audax Caminhada 25km de Candelária realizado em setembro de 2014. Ultimamente esta participando de rusticas e dando palestras.
Alguns ciclistas me perguntaram por onde anda a Rosane.
Segue abaixo a foto da nossa amiga no Audax Caminhada 25km de Candelária realizado em setembro de 2014. Ultimamente esta participando de rusticas e dando palestras.