Partimos para Terra de Areia na quinta feira a tardinha. A Van que saiu de Santa Maria atrasou para chegar ma UNISC devido ao movimento na estrada. Até montar as bikes no reboque já era noite.
Chegamos em Terra de Areia aos 30 minutos da Sexta feira Santa. Do hotel seguimos direto até uma pizzaria. Retornamos ao hotel a montamos as bikes. Consegui cair na cama às 2:30, mas teve ciclista que ainda ficou consertando as bikes e não dormiu antes das 4h.
Acordamos antes das 7h para o café da manhã e dei algumas orientações sobre o passaporte. A nossa equipe 1 largou às 8 horas. O tempo estava bom e o dia muito bonito, apenas o vento um pouco frio. Logo entramos na Rota do Sol e o movimento de carros era grande, mas apenas no sentido contrário. Seguimos em um bom ritmo, mas sem muita pressa. Um outro ciclista que estava pedalando nos alcançou e seguiu conversando com o Vitor que estava mais atrás. Era o Claiton Fadanelli que participa das competições da FGC nas provas de speed. Ele nos acompanhou até o primeiro túnel da estrada e fomos conversando. Estávamos usando a camisa do Santa Ciclismo que ele reconheceu dos eventos de Santa Cruz do Sul e comentou sobre os eventos que pedalou no Autódromo. O vento estava contra, mas no ½ do vale não causava tanta dificuldade.
Depois de quase 27 km chegamos na subida de serra da Rota do Sol. Primeira vez que estava subindo nesta estrada que é uma das mais bonitas do Brasil e provavelmente a maior altitude a ser vencida em estrada asfaltado no RS. Nada tão assustador, já que a inclinação não é muita e é possível subir todos onze quilômetros girando, sem fazer tanto esforço. Paramos algumas vezes para fotografar nos principais pontos. Realmente nem representava que havíamos subido tanto.
Final da subida a seguimos mais rápidos e com vento mais forte nos dificultando. Chegamos no Café Tainhas, 56 km, a nossa primeira parada programada. Fizemos um lanche, mais algumas fotos e seguimos para São Chico.
Agora sim o vento estava contra e dificultava realmente. A estrada sem acostamento e com buracos e desníveis também atrapalhava. O percurso de sobe e desce e o movimentos de veículos apressados era outra dificuldade. No caminho encontramos o Valim que estava conferindo as equipes na estrada, aproveitamos e ele fez uma outra foto do grupo enfileirado.
Chegamos no posto de informações turísticas de São Francisco de Paula, mas uma parada rápida e mais uma assinatura no passaporte. A partir daí o percurso é de descida até Taquara, são quase 40 km predominantes de decida. No inicio o asfalto é bom e foi possível andar mais. Um caminhão nos ultrapassou e seguiu não muito rápido a nossa frente. Resolvi brincar um pouco, apesar de saber do perigo, segui atrás aproveitando o vácuo de longe, com cuidado. Andei a 60 km/h ou mais por alguns quilômetros. Parei para esperar os companheiros, afinal a Fleche é em equipe. Seguimos andando rápido quando possível, mas logo começaram os buracos na pista, geralmente na sobra das arvores e ficava muito difícil desviar, nem sempre era possível, melhor mesmo era frear a cada sombra.
Chegamos em Taquara 3 horas, mas conseguimos pegar o restaurante aberto. Comemos muito, principalmente peixe, mas a mesa estava bem farta. Conversamos com outros ciclistas de Taquara e seguimos para o centro do cidade. O Trevisan precisava comprar pilhas para o farol e fazer um saque no banco.
De Taquara a Novo Hamburgo o acostamento é bom e não existe subidas muitos fortes. O vento contra continuava forte. O Vitor que estava ficando para trás resolveu parar em um posto para trocar os pneus. Pegou os pneus emprestado com o Edimar que estava levando 2 Michelin de reserva. Depois de feita as trocas seguimos até a BR-116 onde chegamos junto com a noite.
Na BR 116 com acostamento sujo e muito transito andamos rápido até o Vitor furar o pneu, provavelmente em algum objeto não identificado. Troca de câmara de ar realizada e lá vamos nós novamente andando rápido sem o vento contra. Pedalamos uns 10 minutos e o Trevisan furou um pneu, mais uma parada. Pedalamos mais uns 10 minutos e o Edimar furou um pneu. Assim chegaríamos em Porto Alegre a ½ noite. Eu e o David resolvemos não participar desta seqüência de pneus furados.
Liguei para a Ninki avisando onde estávamos e ela veio nos ajudar na segurança na estrada. Nos acompanhou até o Mac Donalds de Canoas onde realizamos um lanche. Lanche preventivo, já que a idéia era jantar no posto de BR-290. O Vitor ligou para o Ricardo da equipe 2 que disse que já estavam na BR-116 e iriam nos alcançar. O Isaac da também da equipe 2, pediu para falar a disse que estava cansado devido a falta de treino e pensando em desistir. A Ninki partiu para fazer a segurança da equipe 2.
Resolvemos partir logo antes da Ninki retornar, já estávamos atrasados devido a tantas paradas. Seguimos na 116 sem o carro nos ajudando e o perigo é grande e o cuidado também. O Edimar, que não conhecia o caminho, queria ir na frente e o Trevisan gritava as orientações. Logo o Valim nos alcançou e foi nos dando segurança de Porto Alegre até Eldorado. Bem mais seguro assim.
Na BR-290 não encontramos nenhum restaurante ou lancheria atendendo e o Vitor avisou o pessoal da equipe 2 por telefone. Partimos e a opção era chegar no Postaço em Charqueadas para encontrar alguma coisa para comer.
Já na estrada para Charqueadas o Trevisan furou outro pneu. Na parada eu estava com sono e deitei no acostamento. Passou um carro e a sensação era que iria ser atropelado, a luz e o barulho se aproximando. Passou outro carro e a sensação foi de um som para dormir e foi o que fiz. Primeira vez que durmo no acostamento, foi apenas alguns minutos mas o suficiente para descansar bastante e roncar. O pessoal me acordou para seguirmos.
Chegamos no Postaço logo após a ½ noite e a loja de conveniências estava fechada. Seguimos até o Posto Charrua. Este posto fica uns 800 metros, mas que medem 3800 metros, depois. Pequenas diferenças entre as informações e o velocímetro.
No Posto Charrua havia uma lojinha atendendo, mas só tinha refri, Isotônico e Salgadinhos. Nada quente para espantar o frio. O Trevisan com muito sono deitou no chão e eu resolvi fazer o mesmo, mas ninguém dormiu. O Trevisan acordou mais descansado. Ah garoto! Está descobrindo como eu descanso deitando alguns minutos, nas paradas!
Lá estávamos nós com tempo suficiente para completar os 360 km e as 24 horas, mas com roupas insuficientes para enfrentar o frio que estava chegando com força. Chegamos no PPP- Pesque e Pague Panorama onde eu havia deixado encomendado o lanche, refri e café para as equipes. O lugar é sempre frio, com a parada me esfriei ainda mais. Comecei a tremer e resolvi usar o cobertor de emergência. Fiquei enrolado algum tempo o que ajudou. Resolvi reiniciar a pedalada com o cobertor em baixo do corta vento e isto ajudou um pouco. A Van que estava vindo de Terra de Areia no mesmo percurso dos ciclistas nos alcançou logo na saída. Foi a solução e colocamos camisa, calça, etc. Agora era outro ciclista e sentia calor, ao menos na subida.
O dia estava amanhecendo e completamos os 360 km antes de Pinheiral. Chegamos no Schuster a ainda tínhamos 50 minutos de tempo para completar às 24 horas. A intenção era chegar até a Loja Faccin Bicicletas local previsto para a chegada. Decidimos tentar chegar exatamente 8h na loja. Segui mais a frente e na subida das 7 curvar de Pinheiral um caminhão me ultrapassou. Resolvi brincar novamente e pedalei rápido para seguir atrás do caminhão a 40 km/h ou mais na subida. Cheguei no Posto da Policia Rodoviária a resolvi esperar os companheiros. Segui lento e senti algo estranho no pneu traseiro. Parei e localizei uma pequena pedra pontuda cravada no pneu. Pensei, agora tiro a pedra e o pneu esvazia, mas para surpresa o pneu não estava furado.
Do trevo de Linha Santa Cruz seguimos rápido na descida, entramos na cidade eu ia na frente orientando onde seguir. O Trevisan controlava o relógio e o David vinha por ultimo mais cansado e não entendendo muito o porque da pressa. Chegamos a 200 metros da loja e ainda tínhamos 2 minutos, se fosse regularidade iríamos zerar o PC.
Chegamos na loja exatamente 24 horas depois de sair de Terra de Areia completando 385 km no primeiro Fleche Velócio da América Latina.
O Van deveria estar na loja, mas na estava. Ficamos esperando. Os clientes não entendiam bem o que significava aqueles ciclistas dormindo sentados no banco ou no chão. Fui para casa pedalando buscar os filhos que estavam sozinhos. Não pude ver a chegada das outras 2 equipes.
O pessoal foi para o hotel e almoçar e a premiação atrasou porque eu acabei dormindo também.
Luiz Maganini Faccin
Abril de 2009.
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