domingo, 18 de novembro de 2018

Relato MTB Camp Vale Sagrado Peru 2018


O que foi?

Pedal ciclo turístico realizado em dois dias;
Pernoite em acampamento.
Inicio na cidade de Cuzco e final na cidade de Ollantaitambo no Vale Sagrado Inca no Peru;
Programa inicial desta viagem e ciclo turismo=

    Inicio do ciclo turismo programado para às 8h em frente ao hotel. Descarregar bicicletas no reboque, definir bicicleta conforme altura do ciclista, regulagens, colocar coletes refletivos para uso urbano em Cuzco.

    Andamento nas ruas movimentadas do centro de Cuzco. Parada para fotos do grupo no centro histórico da cidade. Pedalar em outro país sempre é interessante. Observar o transito confuso,  movimento de pedestres e principalmente o comercio local e suas peculiaridades. Seguimos em grupo até a chegada no percurso de subidas onde as primeiras dificuldades são sentidas. A altitude faz diferença, mas é só ter paciência para seguir em ritmo lento e ir testando o próprio condicionamento e adaptação.  Paradas para reunir o grupo, paradas para fotos, paradas para tirar o corta vento. O clima em Cuzco sofre variações, pode estar quente com sol e logo mais uma nuvem de vento frio chegar, provavelmente depois de cruzar por algum pico nevado.  Foi a hora de aproveitar também as paradas para retocar o protetor solar, para aqueles que haviam esquecido. O sol é realmente abrasivo nestas regiões mais altas.

    Chegamos em ponto mais alto de Cuzco onde foi possível avistar a cidade de um lindo mirante. Final da subida principal e deixamos a estrada asfaltada para seguir por ruelas e estradas estreitas até atingir a estrada mais larga. Novamente subidas até chegarmos ao ponto  de maior altimetria do ciclo turismo. No ponto de 3850 metros realizamos mais uma parada para juntar o grupo e também para fotografar e bela vista das montanhas e da cidade de Cuzco lá em baixo. Os ciclistas que sentiram mais dificuldade foram de carona no carro de apoio. O Luis Leandro foi acompanhando os últimos ciclistas. Eu fique de responsável de guiar o grupo mais a frente, nem sempre tão a frente, pois também senti a altitude após aumentar o ritmo e aproveitei para realizar algumas fotos.

    Em um belo lugar, no ponto mais alto, ao lado de uma montanha com 4400 de altitude, iniciamos a descida e a diversão, quem pode aproveitou para colocar velocidade mais alta. Chegamos em alguns cruzamentos onde os carros de apoio estavam nos esperando para indicar o percurso correto. Ótimo acompanhamento da Inca Peru Travel. Em uma destas encruzilhadas   parei para ficar indicando o percurso correto aos demais ciclistas. Neste local havia uma senhora Inca (obs-1) sentada em um barranco e terra.
    Eu em silencio observando aquela senhora que me ignorava. Perguntei o que ela esperava? Autobus. Para onde iria? Cuzco. Pude entender um pouco da vida local. As mulheres produzem artesanato, cultivam alguma fruta, verdura. Com a produção nas costas devidamente presas em suas mantas 
pegam o ônibus para Cuzco para lá, em alguma calçada, vender seus produtos.  Fui um momento de contato com a cultura local que só foi possível  com a bicicleta.
Seguimos descendo e chegando em um lago, indescritível a beleza e a sensação de estar entrando em um cartão postal.

 Chegando neste lago para o primeiro ponto oficial de parada para lanche, fotos e apreciação da beleza da paisagem.  Uma lhama estava lá pastando no campo verde, parecia nos esperando para embelezar as fotos.

Seguimos novamente, agora em percurso plano costeando o lago. A chuva que se avistava na montanha chegou, a pressão atmosférica deve ter baixado, ou foi a alimentação, não sei exatamente, mas para vários ciclistas este foi o momento de maior dificuldade do percurso. 

A chuva chegou quando estávamos chegando a localidade de Chinchero. Cruzamos rapidamente a vila, sem prestar muita atenção a bela praça, mas com olhos vidrados na beleza das montanhas com picos nevados na linha do horizonte. Realizamos algumas paradas para foto e seguimos por uma estrada com muitas pedras e sem subidas.  Cruzamos por alguns povoados com chuva e frio.

Havia esquecido de pegar o meu corta vento, fiquei molhado com a chuva gelada, mas o frio não iria me tirar deste pedal. Longos trechos a descer, vento gelado , paisagens lindas e indescritível sensação de estar pedalando .
Realizamos uma parada para juntar o grupo para uma foto e seguimos, agora sem chuva, para o local da próxima parada a vila de Maras. Entrando na cidade parar par apreciar a paisagem e assistir a passagem dos ciclistas.
Maras é um ponto histórico onde realizamos outra parada para lanche. Após esta parada seguimos em direção as salinas. Percurso predominante a descer.  Entrada da trilha, ou seja, percurso de 9 km de uma competição de Downhill famosa no Peru. Parada para avisos ao grupo e iniciar o percurso mais emocionante do ciclo turismo. O percurso tem curvas, rampas suaves e principalmente serpenteia costeando a montanha. Emocionante, de um lado o barranco da montanha, do outro o penhasco, a frente o caminho e no horizonte as montanhas e picos nevados.

Chegamos a salina de Maras onde realizamos uma visita, muito interessante provar a água quente e extremamente salgada que brota de uma vertente para abastecer os tanques que irão secar surgindo o sal.

Logo após as salinas o percurso mais perigoso, alem de penhascos e declive acentuado algumas curvas perigosas. Fiquei realizando fotos até a passagem dos últimos ciclistas para depois descer com calma e cuidado, já que a minha bicicleta não era full e o banco estava acima do limite de altura. Nada que tirasse a emoção.
No final do percurso assistimos a descida dos últimos ciclistas e a apresentação de velocidade dos guias locais. Grupo reunido seguimos por mais alguns metros, travessia de ponte sobre o rio Urubamba e chegada no nosso local de acampamento.
Acampamento em um campo de futebol com barracas já prontas, local para banho gelado e barraca onde a nossa janta já estava sendo preparada. A noite tivemos ótima janta com apresentação artística, dança e diversão até aproximadamente às 21 horas. Na manhã da noite fria e chuvosa seguimos para o café e preparação de nosso reinicio do pedal.


Segundo dia de Pedal
Aparentemente  seria um pedal sem graça neste dia, iríamos pedalar costeando o rio. Seria um pedal sem graça talvez, mas se fosse realizado perto de casa, não no Vale Sagrado com trilhas estreitas ao lado do rio, passagem por pontes férreas, cruzar por murros de construção pré-inca, cruzar por arroio de águas geladas, estradas com lindas vistas de bicos nevados e também a passagem do trem que leva os turistas a Machu Picchu o que deu um charme especial ao nosso pedal.
Não fosse o vento contra inicial o pedal não teria dificuldades. Cruzamos por alguma ponte pencil até a chegada a Ollantaitambo por onde seguimos por pais um trecho até o retorno ao centro da vila histórica.
Final do ciclo turismo com muita alegria e confraternização com cerveja Cuzqueña.  Enquanto comemorávamos nossa chegada com abraços, fotos, um momento pitoresco quando um cortejo cruzou na praça onde estávamos. Cortejo com banda não estamos acostumados, triste aos familiares e amigos do falecido, mas muito interessante observar.
Após as despedidas, entrega das bicicletas seguimos de ônibus deixando a linda vila para trás para a nossa hospedagem em Urubamba.

O dia seguinte seria de visita a Machu Picchu. A programação da viagem com os opcionais seguiu, mas este relato é um pequeno resumo destes dois dias inesquecíveis.


Obs 1- neste texto utilizo a palavra  Inca para denominar  a mulher que esta vestindo roupas típicas e bem características do Peru.  

Outras informações
Percurso e evento inédito;
Ciclistas participantes 21, mais três guias locais e carros de apoio.
Organização Santa Trip, Vulcano, Inca Peru Travel, Bicitur Santa Cruz e Luiz Faccin Bicicletas.
Distancias= primeiro dia 68,5 km e segundo dia 39,5 km;
Altitude máxima durante o pedal 3850 metros;
Programação inicial foi divulgada neste blog= Confira Aqui.
Data= 29 e 30 de outubro de 2018.
Texto de Luiz M. Faccin




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