terça-feira, 16 de novembro de 2010

Porque Pedalar o Paris Brest Paris?

O que te coloca em marcha?
Quem te faz fazer?
O que te obriga a fazer?

Para se reencontrar?
Para conquistar um status de aventureiro?
Para não morrer um idiota?
Por prazer?
Estes podem ser conceitos vazios.

Sonhar a viagem não tem nada a ver com a experiência em vista. A sua presença se faz cada dia mais imponente, tirânica e galvanizante. A própria inércia as vezes parece um circulo vicioso. Tudo nos ultrapassa e se implode fatalmente na imobilidade.

Pedalar de mais significa perder o senso, perder o pé ou pedal, parar de aprender, avançar um ponto de não retorno e não chegar nunca a nenhum lugar. Como se no fundo pedalar fosse só a parte mais fácil da viagem.

Nem sempre se pedala em boa companhia consigo mesmo e não se tem escapatória porque para girar a própria roda se é o eixo.

Alguns crêem que o ciclo turista seja dotado de poderes mágicos que lhe permitem superar obstáculos da estrada sem problemas.

No ocidente a oposição sedentário x nômade é um fundamento de nossa cultura. Deixar o mundo materialista pegando a estrada gera imediatamente numerosas reações como perplexidade, admiração, compaixão, medo, desdenho e às vezes indiferença.


A pergunta do titulo é minha, mas as frases acima foram traduzidas e copiadas do livro:Lo Zen e L’arte di Andare in Bicicletta de Claude Marthaler
No original estas frases não estavam nesta seqüência e nem assim consecutivas, mas vale ler todo o livro. www.ediciclo.it


Porque pedalar o Paris Brest Paris?
Quem tem que responder esta pergunta é o futuro participante do PBP2011.
Vai ser importante ter uma boa resposta que deverá ser dada a si mesmo enquanto estiver pedalando nos momentos difíceis. Respostas vazias não serão suficientes.
Tem que saber o que realmente quer e precisa querer muito. Tudo servira de motivo para permanecer na inércia, ficar parado, desistir, a ponto do esforço de pedalar ser a menor das dificuldades.
É a tua vontade que irá te levar adiante, principalmente nos momentos mais difíceis que são aqueles quando não se esta em boa companhia consigo mesmo.
Sonhar com a participação no PBP é uma coisa, mas a realidade pode ser bem diferente do imaginado, poderá ser imponente, tirânica e galvanizante. O Randonneur que completa o PBP não tem poderes mágicos e por isto precisa se conhecer, conhecer muito bem a bicicleta e as dificuldades a serem enfrentadas para conseguir vencê-las. A primeira dificuldade poderá ser a de sair da posição de sedentário e partir para a posição de nômade, mesmo enfrentando as reações imediatamente mais adversas.

Luiz M. Faccin

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa noite Luiz.
Esse Audax proximo será o de 200 km ou 300 km?Pois no site Rondonneurs Brasil esta escrito 21/11/2010 de 300 km. Brevet 300km - 21/11/2010
Santa Ciclismo - http://www.audaxsantacruz.blogspot.com/
Responsavel: Luiz Maganini Faccin
Grato.
Khristian Huback
hiperdoce1@bol.com.br