Durante o Paris Brest Paris 2007 constatei que, entre os ciclo turistas mais experientes, era quase uma unanimidade o uso de selim da marca Brooks.
São selins com um visual antigo, muito bonito. Gostei principalmente dos modelos de cor mel pois chamavam mais a atenção para o fato de serem feitos com couro e sem estofamento.
Mais tarde na Alemanha, visitando a Eurobike 2007, visitei o estande da Brooks. O visual dos selins e acessórios expostos era lindo. Mas uma coisa me intrigava, como que um selim destes, sem esponja, poderia ser tão confortável como o prometido? A promessa era de que o selim se moldava de acordo com a anatomia do ciclista, mas isto apenas depois de algum tempo de uso.
No final de 2008 comprei um selim Brooks modelo Professional semi novo. Resolvi experimentar na minha mountain bike. Consegui pedalar uns 2 meses com ele e desisti. O selim até não era tão duro, mas para a minha anatomia era um pouco estreito. Passou algum tempo eu resolvi montar uma bike speed com pinha fixa, como o selim Brooks estava parado, resolvi tentar novamente. Com a bike speed e guidão mais baixo o selim mais estreito ficou melhor, pois o ponto de apoio ficou mais no centro e não apenas na parte traseira.
Encontrei outros ciclistas experientes que usavam selim Brooks e todos estavam satisfeitos. Pensei: será que estes caras são loucos?
Pedalando por algum tempo, muitas vezes sem uso de bermuda de ciclista, percebi que o selim já não era tão ruim como antes e continuei usando. Depois percebi que o meu selim, semi novo, estava com a regulagem do couro um pouco mais esticada. Soltei esta regulagem e percebi que melhorou bastante. Pedalei alguns brevets, e fui gostando cada vez mais do selim. Não era eu que estava me acostumando com a dureza, mas ele que estava se moldando.
Durante o brevet de 200 km de Criciúma (mar 09) conversei com o importador. Ele me disse que este era um selim com muito status e relativamente caro, mas que segundo uma pesquisa, realizada entre ciclistas nos Estados Unidos, era o selim que a grande maioria gostaria de ter e usar. Acho que nem o importador acreditava muito neste selim e não demonstrou muito interesse em importar estes modelos.
Continuei usando o meu selim e cada dia gostando mais. Depois de alguma pedalada na chuva eu usei o creme especial para proteção do couro o que sempre deixou o banco liso e conservado.
Resolvi usar outro selim Brooks, desta vez um Flyer com molas que montei em outra bike. Um conforto incomparável e um visual de banco de bike antiga, mas, voilá, estou ficando velho mesmo. Estava usando apenas selim Brooks, já amaciados, e fui fazer uma pedalada mais longa com selim normal, bem estofadinho, senti a diferença.
Quando pedalava com a minha bike pinha fixa, encontrei um amigo que chegou dos Estados Unidos. Ele olhou para a bike e perguntou: é fixa? Quando eu desci da bike ele disse com admiração: um Brooks!!
Agora estou com dificuldade para usar outro selim que não seja um Brooks amaciado. A sensação é que cada selim foi fabricado sob medida. Valeu a pena o sacrifício do amaciamento.
Esta semana descobri, com surpresa, que alguns modelos estavam disponíveis no Brasil.
São 3 modelos principais:
Modelo Swift.
O mais estreito e um pouco mais leve.
Acho este mais indicado para bikes speed e com ele você sofre um pouco mais para amaciar.
Modelo B17
É o mais indicado para brevets de longa distancia e para quem é grande.
Modelo Flyer
É o mais confortável.
È o mesmo tamanho do B17, porém com molas.
Indico este para quem não se importa com algumas gramas a mais e um visual mais antigo.
Fica a dica. Quem pretende pedalar brevets ainda mais longos, precisa de um selim, ainda mais adequado e confortável.
Segue um depoimento sobre o uso:
Sobre o selim Brooks: comecei a utilizá-lo no dia 20 de janeiro e hoje, após pedalar pouco mais de 800 Km com o modelo Swift, colho as seguintes impressões:
1- Tive certo receio de sentir bastante até que o selim começasse a amaciar, porém ele se mostrou confortável desde o primeiro dia (rodei 100 km de cara), mesmo sendo bem mais rígido e pouco mais estreito que o Selle Itália modelo Gel Flow que eu utilizava e com o qual já rodara cerca de 3000Km;
2- Por ser mais rígido, quando já havia rodado cerca de trezentos a quatrocentos quilômetros com ele, percebi que me assava um pouco, mas nada que pudesse considerar excessivo e esta sensação vem diminuindo desde então;
3- O maior pedal que já fiz após a instalação do selim foi no final de semana passado, com extensão de 201 Km e nem assadura tive, apesar de ser um percurso com significativas subidas. Sinto-me tranqüilo neste aspecto para realizar o pedal até Itumbiara que combinamos para este final de semana (430 Km);
4- O modelo que comprei vem com uma capa impermeável que já estreei em um pedal para Brazilândia em que pedalamos por horas sob intensa chuva. A capa protegeu o selim e não me causou qualquer tipo de incômodo.
5- Estou, até agora, bastante satisfeito com o investimento. O Brooks Swift é, de longe, bem mais confortável que o meu selim anterior e, de quebra, o danado ainda é bem estiloso. Se for verdade que ele fica ainda melhor com o uso, então será perfeito. Amilcar
8 comentários:
Olá,
Por favor, sabem como poderia comprar esse selim aqui no Brasil?
Abs
o cara escreve o texto, fala q tem no brasil e nao fala onde ... e nem te responde... q beleza de blog...
o pessoal não sabe pesquisar, usar o google não ?!
em 10 segundos "descobri" que tem para vender na www.ciclourbano.com.br" e o preço é o mesmo que você pagaria comprando lá fora (EUA)...
impressionante a má vontade de alguns heim ?!
Clicando no Modelo do selim na postagem o link já direciona para um site de loja que tem disponível os modelos a venda.
Talvez minha pergunta seja um pouco tola, mas lá vai: Usa-se a bermuda com espuma ou gel mesmo com este selim ou ele deve ser usado puro?
No dia a dia até uso a bike com este selim sem a bermuda de ciclista, mas para longa distancia é mais aconselhavel utilizar a bermuda com forro.
Com certeza os selins Brooks são ótimos investimentos, valem o preço pelo conforto e o estilos que dão à bicicleta.
Abraço.
Não consegui me acostumar de jeito nenhum com o Brooks C17 (de borracha vulcanizada e Algodão Orgânico). Nem com bermuda acolchoada...
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